O jornalista da Visão Miguel Carvalho afirmou que se vive no tempo “do jornalismo apressado e fechado na redacção”. O grande repórter chamou a atenção para a necessidade dos profissionais da área “sacudirem o tom monocórdico do jornalismo”, de modo a aprofundar temas que tenham relevância para a sociedade.
Na última sessão do primeiro dia da Convenção de Jornalistas, Miguel Carvalho transmitiu a sua crença de que “a Internet e a televisão não são ameaça aos jornais”. Todavia, o orador referiu que os jornalistas precisam de qualidades que actualmente não se vêem muito, tais como “o carácter, a humanidade, a responsabilidade social e a capacidade de se relacionar com os outros”.
O jornalista considerou que é necessário que um jornal se dirija “a leitores e não a consumidores”, versando pela criatividade, qualidade e credibilidade.
Debruçando-se mais aprofundadamente sobre a questão das novas tecnologias, Miguel Carvalho referiu que, apesar das dificuldades, existe “ jornalismo de referência” no meio, feito por jornalistas de renome.
Para finalizar a sua intervenção, o orador alertou para o facto de se terem perdido “as narrativas do mundo sob o olhar português”, salientando que para o “bom jornalismo” vigorar é necessário “sair à rua e sujar os sapatos”.
Texto de Filipa Gomes e Flavie Paula
Foto de Carlos Rui Abreu
Cobertura jornalística com o apoio do Grupo de Alunos de Comunicação Social da Universidade do Minho (GACSUM).
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